domingo, 2 de novembro de 2008

1 DE NOVEMBRO DE 2008 - 14h03
Gilson Caroni: Marx, o consultor que não foi ouvido

O terremoto financeiro deixou muitos jornalistas e editorias de economia sem discurso. Tivessem diversificado a leitura e a perplexidade com a crise seria menor. Bastava uma leitura atenta do livro três, do quinto volume de ''O Capital''.
por Gilson Caroni Filho*

Uma das características do jornalismo econômico brasileiro, como bem destacou o analista César Fonseca, em artigo para o Observatório da Imprensa (“Símbolo da desinformação ideológica”, edição de 6/6/2005) é a perspectiva mecanicista adotada. Funciona como uma espécie de manual de proteção contra o pensamento crítico. Simplificadora ao máximo, dá livre curso aos sofismas do observador isento. Positivistas e neoclássicos não escondem a familiaridade que sempre tiveram uns com os outros nas páginas dos grandes jornais.
O movimento da realidade capitalista é concebido tendo como eixo um consumidor abstrato. Assim, não há como não resvalar para uma visão reducionista e cindida do que se pretende explicar. Perdido o ponto de vista das forças produtivas e das relações sociais de produção em seu caráter dual, dialético e interativo, o que sobra é uma economia sem processo histórico, uma petição que se evapora em equações matemáticas duvidosas.
Se uma coisa está bastante clara na crise financeira que se abateu sobre o capitalismo é que o terremoto deixou as editorias de economia sem discurso. E disso, elas ainda não se deram conta plenamente. Continuam a ver como derrapagem operacional o que é constitutivo do próprio modo de produção: as origens dessa crise, como de tantas outras, é uma crise de origem. Não há ponto de equilíbrio na lógica financeira. Nunca houve. Nunca haverá.
A jornalista Miriam Leitão, como tantos outros, é uma repetidora contumaz do que lhe sopram consultores de banco e economistas de formação neoclássica. Apesar de tudo, continua pontificando na grande imprensa, mas não consegue esconder o desconforto com a repentina nudez imposta pelo desmoronamento das falsas crenças que, junto, levaram o suposto conhecimento de causa. Resta o consolo de não estar sozinha, mas a desenvoltura de outrora deu lugar a uma postura reativa.
Prova disso é o aumento da indigência discursiva. Em seu programa de 31/10, na Rádio CBN, dedicou-se a especular sobre quais seriam os prováveis ''ganhadores'' da crise. E o saldo inicial apontou para o FMI que estava caindo em desuso e sem importância política; os executivos de grandes bancos que ainda embolsarão gordos dividendos, e agências de risco que, apesar dos erros colossais continuam funcionando e influenciando o mercado.
Mas a jornalista se esqueceu de um detalhe e, como sabemos, é nele que mora o diabo. Quem foram os perdedores? Quem apostou todas as fichas na cartilha neoliberal?
Os conselhos de Hayek e Friedman não davam margem a qualquer dúvida. Bastava reduzir o tamanho do Estado e diminuir os gastos públicos. Deixar tudo por conta da iniciativa privada para que o mercado de capitais funcionasse como motor infalível. Era seguro que viveríamos momentos de abundância de capital barato no mundo. E, se por algum motivo, a disponibilidade de recursos fosse afetada, a economia teria atributos insondáveis que nos recolocariam em situação favorável.
As crises precedentes foram “assimiladas” e as agências internacionais de análise de risco eram confiáveis termômetros a atestar a realidade saudável de uma economia repleta de estatísticas otimistas. Os governos deveriam delegar ao capital todos os investimentos que tivessem condições de oferecer taxas de retorno atraentes e cuidar apenas de construir arcabouços regulatórios que impedissem qualquer restrição ao livre movimento do capital, ao empreendorismo vitorioso.
Só a política podia atrapalhar a economia. E isso devia ser evitado a qualquer custo. Se a “ineficiência'' do Estado afugentava o investidor, o ideal era abater o Leviatã a tiros, pois, como informava a cartilha, quem gera renda e emprego não é o setor público, mas a iniciativa privada e era para ela, e seus investimentos, que deveria ser criado um ambiente receptivo, com precarização das relações trabalhistas e supressão de direitos sociais.
Outro axioma era quanto à inserção internacional escolhida. A ''boa razão'' mandava abandonar a política ”terceiro-mundista” do governo Lula e eleger a Alca como objetivo maior. Afinal ganharíamos em escala com uma associação efetiva aos interesses dos Estados Unidos. Mais sensato do que tentar unir o que assimetrias regionais tornavam demasiadamente custoso. A América Latina- e nisso os plantonistas do neoliberalismo ainda insistem - sempre foi uma impossibilidade histórica.
Tudo era tão cristalino que só a má-fé ideológica poderia contestar. Esse não era o discurso único de consultores e jornalistas? Gente acostumada com números, índices e crenças inabaláveis? Pessoas que não costumavam errar, ”profissionais do mercado”, figuras centrais de um mundo pós-keynesiano em que os agentes alocavam, com perfeição, almas e recursos. Quebrado o encanto, vislumbraram o horror econômico, um pânico nunca imaginado no paraíso de Hayek.
Tivessem diversificado a leitura e a perplexidade com a crise financeira seria menor. Bastava uma leitura atenta ao livro três, do quinto volume de O Capital. Lá, o velho Marx demonstra por que seu pensamento ainda é o de maior relevância explanatória quando se quer entender o capitalismo. Os trechos escolhidos são a evidência da vitalidade teórica. Mostram a atualidade de uma análise vigorosa que, por decreto ideológico, foi relegada ao plano das idéias ultrapassadas.
“Num sistema de produção em que o mecanismo do processo de reprodução repousa sobre o crédito, se este cessa bruscamente admitindo-se apenas pagamento de contado, deve evidentemente sobrevir crise, corrida violenta aos meios de pagamento. Por isso, à primeira vista, toda crise se configura como simples crise de crédito e crise de dinheiro. E na realidade trata-se apenas da conversibilidade das letras em dinheiro. Mas, essas letras representam, na maioria dos casos, compras e vendas reais cuja expansão ultrapassa de longe as exigências da sociedade, o que constitui, em última análise, a razão de toda a crise.”
''Ademais, massa enorme dessas letras representa especulações puras que desmoronam à luz do dia; ou especulações conduzidas com capital alheio, porém, mal sucedidas: finalmente, capitais-mercadorias que se depreciaram ou ficaram mesmo invendáveis, ou retornos irrealizáveis de capital''.

''Tudo aqui está às avessas, pois, nesse mundo de papel, não aparecem o preço real e seus elementos efetivos, vendo-se apenas barras, dinheiro, sonantes, bilhetes, letras, valores mobiliários”.

“Representa para o possuidor e para o credor deste (e como garantia de letras e empréstimos), menos capital-dinheiro que ao tempo em que foi adquirido e em que, por ele garantidos, se efetuaram descontos e empréstimos.''

Como se vê com pequenas adaptações aos mecanismos criados ao longo do tempo, o “trabalho de consultoria'' de Marx supera o de qualquer discípulo de Hayek e Friedman. Se Miriam quer descobrir quem foram os derrotados, deve estar atenta a um dado crucial: o vencedor transpõe dialeticamente o problema. O derrotado dá voltas em torno dele. E esse tem sido o movimento da imprensa nativa e seus economistas mais graduados. Dar voltas em torno de uma cauda que não para de abanar.

*Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Observatório da Imprensa.
Fonte: carta Maior

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932.

Movimento de 1932 desencadeado em São Paulo, ainda hoje é motivo de comemoração e de debates por parte da sociedade paulista. Em geral a Revolução é apresentada de forma maniqueísta, envolvendo "constitucionalistas" e "ditatoriais" como se houvessem apenas duas situações possíveis naquele momento da história. A polarização militar que existiu de 9 de Julho a 2 de outubro, não refletia a situação política ou ideológica do país, onde vários projetos de poder apresentavam-se.O MOMENTOO início da década de 30 foi marcado por uma reorganização do Estado, fruto da crise do poder oligárquico, que por sua vez refletia a formação de novas camadas sociais, com interesses distintos, do processo de urbanização e por uma reordenação da economia mundial, afetada pela crise de 29.
A maioria das avaliações sobre o final da República Velha concorda que a elite tradicional paulista, organizada no PRP, viveu um processo de isolamento, tendo como oposição uma grande frente política, que envolvia diferentes setores da sociedade brasileira: a elite urbana - principalmente de São Paulo - as camadas médias, os tenentes e as oligarquias dos demais estados, incluindo a de Minas Gerais, que até então estivera no poder. Por isso se considera que, derrubado Washington Luís, abriu-se um "vazio de poder" no país, ou seja, não havia uma facção política ou de classe com condições de controlar sozinha o poder de Estado.
Percebe-se já em 1930, com nitidez, as diversas possibilidades políticas que se apresentam ao país e os anos seguintes, incluído 32, definirão as reais chances de cada uma delas.
A formação de um governo provisório reflete essa situação, onde o novo poder, organizado por Getúlio Vargas vai caracterizar-se pela centralização, com o objetivo de fortalecer o Estado, atraindo para esse projeto os militares e parte dos trabalhadores urbanos, com um discurso nacionalista e com o início de uma legislação trabalhista, ao mesmo tempo em que atingia os interesses das oligarquias, que perdiam o controle político em seus estados e sua influência em nível nacional. O Congresso Nacional foi fechado, assim como os legislativos estaduais e os partidos políticos; os governadores foram depostos e substituídos por interventores, em sua maior parte tenentes, que abandonavam o discurso liberal, passando a defender um Estado autoritário, como elemento necessário para a construção de um novo modelo econômico e político.SÃO PAULOA "Revolução Constitucionalista" é vista como um movimento de São Paulo contra o governo federal. Expressões como: "São Paulo ocupado", "...o povo paulista" ou "São Paulo precisa de você..." são comuns naquele ano de 1932. Mas o que é São Paulo? Quem fala em nome de São Paulo? Existe uma São Paulo única, toda ela contra o governo Vargas ? Qual a proposta de São Paulo para a situação?
O único argumento que pode unir os diversos grupos paulista é "Constituição".
As Oligarquias do PRP, que haviam sido retiradas do poder em 1930 falam em Constituição, o Partido Democrático, refletindo o liberalismo empresarial urbano, fala em Constituição, setores intelectuais falam em Constituição. Todos defendem a mesma Constituição?O Movimento teve o mérito de contestar o governo provisório, centralizador e autoritário, que dominava o país; no entanto, criou, estimulou e mantem ainda hoje um sentimento bairrista, paulista, como se o "ser paulista" fosse algo superior em relação aos demais brasileiros, como se o "ser paulista" fosse algo único, com o grande objetivo constitucional, onde esse fosse o interesse primordial de todos.
Na verdade esse discurso procurou esconder, e em parte conseguiu, os objetivos específicos da nova elite estadual, representada pelo Partido Democrático, que por sua vez era a representação dos interesses de uma elite empresarial urbana que, com um discurso progressista atraiu boa parte das camadas médias, contando para isso com o primordial papel da imprensa, notadamente do jornal O Estado de São Paulo, dirigido por Júlio de Mesquita Filho, que ao mesmo tempo era um dos líderes do PD.
"...o principal líder civil do movimento era o jornalista Júlio de Mesquita Filho (1892-1969), diretor do Estado. Essa liderança ficou clara em 25 de janeiro de 1932 - cinco meses antes da eclosão do conflito. Na ocasião, mais de 100 mil pessoas marcharam da Praça da Sé à sede do jornal, então na Rua Boa Vista, para ouvir a saudação de Mesquita Filho, que discursou. "Anulada a autonomia de São Paulo, o Brasil se transformou num vasto deserto de homens e de idéias", disse Julinho, como era conhecido, da sacada da redação.
"E, se o nosso afastamento da direção da coisa pública equivaleu à implantação do caos e da desordem em todo o território nacional, a ordem, a tranquilidade, a disciplina, em uma palavra, o império da lei e da justiça só poderá ser restabelecido no dia em que São Paulo voltar à sua condição de líder insubstituível da Nação", conclamou. O papel do Estado (o jornal) nesse episódio recente da História nacional foi tanto político quanto aglutinador."
Estado de São Paulo 13 de março de 1999A REAÇÃO CONSERVADORAÉ interessante notar como a versão tradicional pode ser favorável tanto aos getulistas como à nova elite paulista, teoricamente vencedores e perdedores. Essa versão considera que o movimento de 32 foi uma reação da elite tradicional, as oligarquias do café, na tentativa de recuperar o poder perdido.
Considerando dessa maneira, os getulistas tiveram um bom argumento para manter o poder, mesmo através da guerra, pois impediam que o Brasil retrocedesse, impediam a volta do coronelismo, do voto de cabresto, dos currais eleitorais. Ao mesmo tempo, a nova elite paulista não foi derrotada e sim a velha oligarquia em seu propósito de recuperar o poder. A nova elite irá considerar-se vitoriosa moralmente e politicamente, principalmente no ano seguinte, quando da convocação da Constituinte, vista como prova de que Getúlio fora forçado a reconhecer a importância de São Paulo. Mas de qual São Paulo? Qual São Paulo será beneficiada pela política getulista? A São Paulo cafeeira, a São Paulo empresarial ou a São Paulo operária? Essa resposta será obtida nos anos seguintes, com uma análise da política socioeconômica do governo federal.O MOVIMENTO MILITARDurante todo o ano de 1932 organizou-se intensa propaganda contra o governo Vargas, que estimulou a organização de associações civis constitucionalistas, formada principalmente por estudantes e profissionais liberais, integrantes de uma camada média que repudiava a política ditatorial adotada. No entanto, essa camada não possuía organização política própria, ou mesmo um projeto político específico, para ela a luta seria contra a ditadura e a favor de uma Constituição.
A classe operária, ainda pequena, encontrava-se desorganizada em virtude da política trabalhista de Vargas, que havia eliminado os setores mais organizados do movimento, os imigrantes italianos e suas tendências anarquistas e cooptava uma parte dessa classe com sua legislação inicial, paternalista e pelega.
Dessa forma é que as elites acabaram por comandar o movimento.
No dia 23 de maio de 1932, manifestações contra Getúlio Vargas eclodiam pela capital paulista, em um clima crescente de revolta. Um grupo tentou invadir a Liga Revolucionária - organização favorável ao regime situada nas proximidades da praça da República -, dando origem a um episódio que impulsionou o movimento.
Os governistas resistiram à bala e acabaram matando os jovens Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade. Havia três mortos e dois feridos, que acabaram morrendo depois. O quinto ferido era o estudante Orlando de Oliveira Alvarenga.As iniciais de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo serviram para formar o MMDC. A sigla representava uma organização civil clandestina, que, entre outras atividades, oferecia treinamento militar.
Apesar de terem declarado a intenção de apoiar o movimento que nascia em São Paulo, os governos de Minas Gerais e Rio Grande do Sul acabaram recuando. O único apoio veio do Mato Grosso.
Percebendo a dificil situação em que se encontrava, iniciou-se em São Paulo uma intensa campanha de alistamento voluntário, a 10 de julho, em diversos postos distribuidos pelo estado. Na Faculdade de Direito do largo São Francisco formou-se o Batalhão Universitário.
Ao mesmo tempo a FIESP comanda um esforço de guerra, a aprtir do qual muitas fábricas passam a produzir material bélico ou de campanha, criando inclusive uma Milícia Industrial.
As rádios paulistas são utilizadas como instrumentos de propaganda. O locutor César Ladeira da Rádio Record, ficou conhecido como " a voz da Revolução".A 14 de julho o governador Pedro de Toledo decreta a criação de um bônus de guerra que desempenhe as funções de moeda. Para lastreá-lo foi lançada a campanha "Doe ouro para o bem de São Paulo" centralizada pela associação comercial em conjunto com os bancos.
O conflito envolveu, durante três meses, 135 mil brasileiros, dos quais cerca de 40 mil paulistas, a grande maioria voluntários civis.
Os dados oficiais estimam que 630 paulistas e cerca de 200 homens das tropas federais morreram.
Com a derrota da Revolução Constitucionalista, seus principais líderes foram presos e levados para a Casa de Correção, no Rio de Janeiro, numa área reservada para os prisioneiros políticos provenientes de São Paulo. Pouco tempo depois, na noite de 30 de novembro de 1932, os presos políticos foram colocados a bordo do navio Pedro I e deportados para Portugal.DESFECHO POLÍTICOConsidera-se que a derrota militar de São Paulo foi acompanhada por uma vitória política: com a derrota da Revolução Constitucionalista, em 1932, seus principais líderes foram presos. Entre eles se encontrava Júlio de Mesquita Filho, enviado com seus companheiros para a Sala da Capela - nome dado a um pequeno recinto na Casa de Correção, do Rio, reservado para os prisioneiros políticos provenientes de São Paulo. Pouco tempo depois, na noite de 30 de novembro de 1932, ele e outros 75 companheiros foram colocados a bordo do navio Pedro I e deportados para Portugal. A organização de eleições e a formação de uma Assembléia Constituinte puseram fim ao governo provisório. No entanto, a legislação eleitoral havia sido elaborada em fevereiro de 1932 e um decreto de 15 de março do mesmo ano, portanto antes da revolução, marcou para 3 de maio de 1933 a eleição dos deputados. A Assembléia iniciou seus trabalhos em 15 de novembro de 1933, sendo que a maioria dos deputados eram varguistas.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A HORA E A VEZ DA LEALDADE

“A lealdade é o bem mais sagrado do coração humano”, dizia Sêneca.
“Um grama de lealdade vale um quilo de inteligência”, dizia Elbert Hubbard.
“A lealdade refresca a consciência, a traição atormenta o coração”, dizia William Shakespeare.
“Falta de lealdade é uma das causas principais de fracasso em todo o caminhar da vida”, dizia Napoleon Hill.
“A lealdade é o caminho mais curto entre dois corações”, dizia José Ortega y Gasset.
“A lealdade é um dos pilares que sustentam o real valor do homem”, dizem os textos judaicos.
“Reserva um lugar proeminente para a lealdade e a sinceridade”, dizem os textos confucionistas.
“De todos os valores que têm sido destroçados no seio da sociedade brasileira, nos últimos tempos, o que mais sintetiza os valores perdidos é o da lealdade. A ambição individual desmedida, o oportunismo carreirista, o medo de enfrentar a luta política desabrigado de algum cargo notório, o rompimento de compromissos e alianças pela conquista de um cargo, os golpes baixos desferidos contra quem se apoiou - e não mudou - o fomento da desunião sob o aleivoso disfarce da tentativa de união, a traiçoeira associação da imagem do adversário a figura desgastada ( de quem se recebe apoio por baixo do pano), o ataque rasteiro aos que crescem graças à própria competência e não se deixam conduzir por marqueteiros para um lado ou para o outro, feito biruta de aeroporto, os ataques desleais lançados para se conseguir, mesmo que só momentaneamente, uns pontinhos nas pesquisas, julgando que depois é só recuar e “tudo bem”, o ato de se tornar “cavalo de Tróia” a serviço de rival correligionário de outra região são fraquezas que no cenário da vida política cabocla agridem fundo o valor da lealdade.” (Mauro Chaves - O Estado de S. Paulo - fls. A2 - 27/09/08)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O NEOLIBERALISMO E A CRISE DA ESPECULAÇÃO

Smith, Marx e Keynes
Três grandes economistas,
Devem estar gargalhando
Do mundo sem uma pista
Pra sair desse sufoco
Porque só tem quengo oco
De governos e lobistas.

Fortuna, poder e fama
Com bestas correndo atrás
E as nossas necessidades
Dos tempos dos ancestrais
Comer, Vestir e Dormir
Farão de novo explodir
Os fluxos dos capitais.

Só mesmo o velho mercado
Com a sua mão invisível
Será capaz de fazer
O que parece impossível:
O retorno gradual
Do crescimento global
Com seu valor intangível

É tolice imaginar
Que esse golpe na ganância
Vai deixar o ser humano
Agindo com elegância
E as raposas do mercado
Ficarão mais recatados
Bem longe da extravagância.

Bilhões serão desviados
Pro’s bolsos oportunistas,
Que nessas ocasiões
Agindo sem deixar pistas
Disfarçam sua ganância
Falando, com arrogância,
Sobre questões humanistas.

Essa gente sem caráter
Tal qual os cães nas caçadas
Perseguem as novas presas
E esquecem presas passadas,
Deixando a especulação
Buscam na corrupção
Novas riquezas roubadas

Creuzo Geovani

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